quarta-feira, 13 de maio de 2009

Compassos ritmados


Chegaste na aura dos espantos,
Com castiçais prendados
Ocupaste as esquinas dos recantos
E fundiste a sombra dos renegados
Na pedra esculpida, sobre os prantos
Daqueles que se dizem amados.

Saudaste a nudez passiva
De um beijo eloquente
Como se a firmação evasiva
Fosse uma loucura corrente
Neve fria e corrosiva
Que se apodera da semente.

Quiseste o poder da dimensão
Sobre os infernos mal parados
Daquela cama de sedução
Que foi amparo dos corpos suados
Em dias de sublimação
E de compassos ritmados.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Noite na noite


"Como eu desejaria ser parte da noite,
Parte sem contornos da noite, um lugar qualquer no espaço
Não propriamente um lugar, por não ter posição nem contornos,
Mas noite na noite, uma parte dela, pertencendo-lhe por todos os lados
E unido e afastado companheiro da minha ausência de existir..."


Álvaro Campos