"Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio;
O mundo todo abarco e nada aperto."
Luís de Camões
Pergunto-me:
Que "estado" será este de permanente contradição, onde a incerteza reage em cada verso desenhado?
E não encontro resposta concreta...
Apenas sei que a poesia desenha-se na afirmação impensável de ser uma contradição por contrariar! Desenhou-a assim Camões e defendo-a assim: contraditória e faminta de explicações intangíveis, delirante em cada verso por decifrar, libertadora de sentimentos e crenças inimagináveis...
E apenas digo,
Que a contradição
Seja o fundamento
Da célere convicção
Emanada do sentimento
De ser verso sem razão
Na alvorada do momento
Em que me dou à criação...
domingo, 17 de agosto de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário