segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lançamento "A Janela deste Mar"


Por momentos, a rocha eclode e as rimas suportam o peso de falarem por gritos um silêncio vago.


Abri "A Janela deste Mar", com a ajuda do escritor António Barroso Cruz e dos elementos Grupo de Teatro da Casa do Povo da Ponta do Sol (a ambos um agradecimento muito especial), no dia 27 de Setembro. Olhar o auditório semi-repleto, com tantos amigos (e amigos dos meus amigos) foi um calmante eficaz para os nervos de uma (ainda) principiante que ousou se aventurar pelos meandros da escrita poética. Agora, espero reacções de todos os que irão ler os meus versos. Aos que não puderam estar presentes, mas querem sentir a maresia que emana desta "Janela", podem fazê-lo adquirindo o livro:


- através do site da Corpos Editora: http://www.corposeditora.com/


- endereçando-me um e-mail: nataliabonito@hotmail.com (assim, poderão ter o livro autografado).

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lançamento do livro "A Janela deste Mar"



Caro Visitante,



Convido-o para o lançamento do meu recente livro de poesia intitulado 'A Janela deste Mar', no dia 27 de Setembro, no auditório do Centro Cultural John dos Passos, pelas 18h. A apresentação do trabalho estará a cargo do escritor António Cruz e haverá um recital de poesia pela mão dos elementos do Grupo de Teatro da Casa do Povo da Ponta do Sol.

Traga a família e amigos e sinta a maresia deste mar feito poema. Ajude a abrir esta janela, cujas cortinas mais não são que versos deitados na encosta de um livro que conta com 65 páginas. Nunca esqueça que a poesia (rima com economia) é mais que uma molécula de um átomo feito verso. Ela é o farol incandescente dos mundanos viajantes que se fazem ao mar e desenham cada pedaço da sua vida na aura celeste da dimensão horizontal.



Prometo um final de tarde muito poético!



Já dizia o velho poeta:
Palavras são inquietação,
Uma forma muito suspeita
De movimentar o coração...
Só me realizo
Se o permanente movimento
For um pobre sorriso
Na voz do firmamento!
Eis uma condição poética,
Um efémero instinto
Despido de estética,
Apenas seco e faminto...



Passe a palavra...



Cumprimentos poéticos,


Natália Bonito

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Instinto

Função ou veredicto final?
Coração ou instinto animal?
Eis o fundamento da existência
A grande dúvida existencial.

Virtude dos virtuosos acérrimos
Na disposição por despertar:
Não há nada por olhar,
Nem ricos, nem paupérrimos,
Somente prisioneiros por libertar.

E se dúvidas existir
Neste mar de louca indiferença,
Não serei eu pobre desistir,
Clamarei a força e a resistência!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A eterna loucura de uma criação que salva


"Aos dezoito anos, descobri os outros nomes da Poesia: Loucura, Criação e Salvação."


Joana Aguiar


Já li e reli... Ou não fosse eu eterna apaixonada da (re)leitura...


Porque há sempre coisas por descobrir no alinhamento feito verso...


Porque há sempre uma conjugação de palavras, cuja mestria nos inebria de tal forma que a única maneira de suster a ânsia que nos invade é ler e reler tudo vezes sem conta, mastigando cada contorno da eterna dimensão escrita e descrita em monólogos e poemas que discorrem murmúrios...


Porque o O Dia antes da Eternidade, de Joana Aguiar é a crença pulsante de que a poesia é algo mais que desenhar e conjugar palavras e frases. Este Dia estende-se na eternidade primordial de não ser desenho ao acaso. Este Dia bebe a loucura maternal e faz-se filho de uma inspiração salvadora. Este Dia não morre hoje...


Porque "Há poetas que enlouquecem em bocas de mármore."


Digo-vos,

Eternos são os passos
Da libertação de um olhar,
São promessas feitas regaços
Raios que ousam criar
Com mestria os ledos compassos
Da pauta musical por tocar
A eternidade dos abraços.


Joana, acompanharei a eternidade dos teus escritos... A todos os que querem também acompanha-la http://ococeualto.blogspot.com/.



quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Crise criativa

Conversões
E distorções
No meio de multidões.

Tanto sofrer
Na agonia do meu ser,
Tanto perder
Na vitória do meu saber.

Não sei se ouso gritar
Na planície sintética
Deste efémero respirar
Tão impróprio, de convicção patética.

Não sei se comento a rebeldia
Do sôfrego distar da minha mente
Escrito na escultura do dia
E remendado pela voz da Gente.

Porque escrevo a luz da presença
Que levemente me faz cair
Aos pés da criação sem licença
E me dá vontade de esculpir
Uma obra nobre, intensa,
Obra do verbo sentir;

Porque desenho na fronte desgarrada
Da folha vazia,
Enxuvalhada,
Folha que ansiava o dia
Em que seria amada
Pela tinta vadia;

Confesso ser poeta fiel
Ao critério de não passar
A imagem para o papel
Mas apenas imaginar
Palvras doces, feitas de mel,
Palavras que fazem girar
A haste do pequeno tornel.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Apaixonantes sensações

Poema 2º classificado no passatempo "Dia dos Namorados" promovido pela Junta de Freguesia de Machico. Para ouvir a versão áudio do poema clique http://www.jf-machico.pt/actividades2008/Poemas%202008/POEMAS%20S%20VALENTIM%20MX%20-%2021.MP3
Arde em mim a sensação
Dos minutos sem fim
Como se tudo fosse inspiração
Doce, com sabor a jasmim,
Como se eu fosse alma e coração
E tu pedaço de mim.

Clamo a evidência perfeita
Dos abraços ancorados
Na submissão desfeita
Pelo poder dos corpos suados
Que em cada palavra eleita
Oferecem poemas amados.

Olho o infinito da escuridão
Nesta noite de calmaria,
E sonho com a tua mão
Estendida na periferia
Do meu latente coração
Num gesto de sintonia.

Por instantes, sinto o teu respirar
Bem perto da liberdade
Que a minha mente teima em traçar
Com purpurina e vaidade
Na esperança de ver chegar
O momento da feliz verdade.

E vejo-te, ao longe, a sorrir…
Aproximas-te com lentos passos
Regateando as flores por abrir
Com gestos delicados e rasos
Que fazem lembrar notas a cair
Na pauta musical dos abraços.

És tu, apaixonante,
A vida do meu respirar;
És tu, meu amante,
Alma límpida por amar,
Rosto marcante
Que teima em ficar.

Ingrata submissão

Regresso à existência
Inexistente deste abraço
Como se a clemência
De cada passo
Não fosse mais que veemência
Inculto cansaço
Vil desobediência.

Sigo as pinceladas
Do quadro pintado à beira mar
Onde as ondas apaixonadas
Quiseram beijar
As pedras encharcadas
Das palavras por poetizar
Rudes ausências demoradas.

E mais uma vez regresso ao seguimento
Da curvatura lembrada
Nos céus do firmamento
Onde a lua ancorada
Dançou ao sabor do vento
Uma dança recusada
Sem desculpa ou argumento.

Sigo com o espírito calado,
A alma cede e é só escuridão
No resquício rasgado
Do meu coração
Despedaçado
Pela ingrata submissão
De ser apaixonado.