quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Amarras da libertação

Já me perdi na dimensão
De um longo caminho deserto
E deixei-me ficar na sensação
Daquilo que achei incerto
Nas amarras da libertação...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Inspiração...

Não me deixes na ruína deste riso
Não me deixes na largura da rua terminada
Não me deixes descrente fiel de juízo
Não me deixes a alma desabitada.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Divagação

Começo por divagar. A razão não é aparente, apenas sei que me apetece destilar sobre a folha de papel lisa toda a inspiração recalcada. Concordância dos deuses, não sei se a tenho, apenas limito-me a verter sobre as alíneas da canseira todo o verso atravessado na minha mente inquieta. Submeto-me à reacção dos golpes aflitos daquele mornar de conceitos e despi-os um a um com uma caneta de purpurina por acalentar. Sei-os loucos no seu amainar de significâncias, mas gosto da sua maneira subtil de contemplar as formas invisíveis daquele jogo da escrita. Sei-os desejosos de mostrarem o seu requinte, mas faço-os esperar na ansiedade de uma lógica quase imperceptível.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ondas de mistérios

Na solidão que faz apaziguar
Um raio de luz por acender
Entra uma réstia do verbo amar
Carta irreal por escrever
Incógnito surto de criar.

E penso…

Penso na forma de descomplexar
Os compassos ritmados desta sinfonia
Que sozinhos vivem para tocar
As notas idas da minha rebeldia.

Penso na visão estrita
Daquele complemento rigoroso
Que tantas vezes me norteia a escrita
Fingindo-se verso ardiloso.

E de tanto pensar
Acabo na prisão dos critérios
Aquela que se faz ao mar
Por entre ondas de mistérios.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Lógica não pensante

Foge-me a fúria da escrita por entre a evasão desleal destas palavras. Foge-me como um susto fintando o medo numa noite escura de tempestade.
Confesso, não desdenho a consequência lógia deste delírio fugitivo, mas preocupa-me ficar estéril, sem fundamentos por escrever. Tenho de me libertar, assumir o seguimento da complexidade, desconectar o querer imperativo das conclusões mal formuladas. E quando for pretérito presente da liberdade de expressar, criarei um domínio de lógica não pensante...