quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Crise criativa

Conversões
E distorções
No meio de multidões.

Tanto sofrer
Na agonia do meu ser,
Tanto perder
Na vitória do meu saber.

Não sei se ouso gritar
Na planície sintética
Deste efémero respirar
Tão impróprio, de convicção patética.

Não sei se comento a rebeldia
Do sôfrego distar da minha mente
Escrito na escultura do dia
E remendado pela voz da Gente.

Porque escrevo a luz da presença
Que levemente me faz cair
Aos pés da criação sem licença
E me dá vontade de esculpir
Uma obra nobre, intensa,
Obra do verbo sentir;

Porque desenho na fronte desgarrada
Da folha vazia,
Enxuvalhada,
Folha que ansiava o dia
Em que seria amada
Pela tinta vadia;

Confesso ser poeta fiel
Ao critério de não passar
A imagem para o papel
Mas apenas imaginar
Palvras doces, feitas de mel,
Palavras que fazem girar
A haste do pequeno tornel.

3 comentários:

bsh disse...

Natália querida, está lindíssimo.

Parabéns, mais uma vez e muito sucesso para o seu livro que sairá em breve.

(Re)voltarei

http://desabafos-solitarios.blogspot.com/

Coccinella disse...

Existir só deve valer a pena se for para isso: criar. Continua, Natália!

Até breve

Paula Martins disse...

Lindo o teu poema cheio de força sentimento.Parabéns.

Beijinho
Paula Martins