terça-feira, 7 de julho de 2009

Povo Superior

Aqui mora a conquista de um povo supremo. Aqui, onde os ventos se misturam com os vendavais das cordas amordaçadas e trilhadas de ciladas e ratoeiras. Aqui, onde a glória do inculto é uma mais valia social, um feito enaltecido sem aparente confirmação. Enfim, reclamam de tudo, mas no fim de nada servem as reclamações de um povo superior, deixado à sua vã sorte! Afinal, não passamos de mistérios endiabrados no meio da seara verde deste complexo sistema de contradições.
Longe vão os tempos de respeito e exaltação dos valores tidos como ideais. Longe vão os tempos das súplicas escarnecidas levadas ao extremo da impiedosa insistência. Agora só restam rescaldos de tempos idos, documentos ou não, daqueles que com coragem e ousadia souberam trilhar a senda da incompreensão para alcançar a tão almejada compreensão. Foram caminhos de suor e medo, caminhos impiedosos e tortuosos, caminhos que já não mais regressam…
E nós aqui, esperamos… Esperamos o milagre das horas idas, o fundamento das surpresas, a condição da impressibilidade… Esperamos um cântico moderno dos contemporâneos históricos que nas suas longas análises e ensaios promovem e cultivam a hiperactividade estanque da sociedade. Faltam filósofos! Faltam atrevidos! Faltam… Não sei… Apenas sei que falta, mas não consigo decifrar o quê! Vejo nas ruas a ausência de algo que não sei explicar. Nas caras do quotidiano sinto um cansaço, uma rotina demasiadamente rotineira…

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